Uma berlina com motor Diesel! Se há alguns anos alguém pensava ser possível ter uma coisa destas com o emblema da Porsche! Não só é possível, como é um caso de sucesso e, convenhamos, foi feito à maneira da Porsche, levando aos limites todas as exigências, seja em termos de potência, dinâmica, espaço, conforto ou até requinte. Não será propriamente barato, infelizmente, mas o Panamera 4S Diesel é… uma experiência incrível!
HABITÁCULO. A berlina Panamera mantém-se com uma configuração exclusiva de quatro lugares, apesar da pressão que os concessionários norte-americanos fazem para que a Porsche disponibilize versões com três lugares atrás. Mas assim perdem-se aquelas magníficas poltronas individuais, em que os passageiros são tratados de igual forma que os ocupantes dos lugares da frente, com enorme espaço para as pernas e até regulação dos encostos em três níveis.
A qualidade da montagem e do trabalho feito no revestimento em pele mostra bem a que patamar está esta berlina da Porsche! Estão plenamente justificadas as suas pretensões de concorrer com as berlinas mais luxuosas do mercado. O diabo é a extensíssima lista de opcionais (e os seus preços…) que fazem subir e muito o preço final para se ter o Panamera recheado… como ele merece! Por fim, refira-se que, nesta segunda geração, o ligeiríssimo aumento das dimensões exteriores do Panamera (em comprimento foram apenas mais 34 mm) permitiu que a bagageira ficasse com mais 50 litros, ou seja, com avantajados 495 litros de capacidade.
AO VOLANTE. Ao fim das primeiras acelerações "valentes", em que tão grande berlina responde como se fosse… um 911, com a caixa automática de 8 velocidades a "despachar" mudanças de forma instantânea – o ponteiro das rotações quase nem cai! –, a velocidade a "disparar" por ali acima de forma fulminante e um som tão estimulante, tivemos de olhar bem para o conta-rotações. Sim, confirma-se, o "red-line" começa nas 5000 rpm, estamos mesmo ao volante de um Diesel! Porque nada no barulho do motor nos indica isso e o fulgor desportivo de todo o carro dá-nos a sensação de se tratar de uma versão com um puxado motor a gasolina…
A agilidade de tão grande berlina (5,059 m!) é outra coisa que não deixa de nos surpreender, embora este 4S Diesel experimentado tivesse não só a suspensão activa PASM (2207 €), mas também uma das novidades desta segunda geração do Panamera, o eixo traseiro direccional que "joga" na perfeição com a direcção assistida Plus (2115 €). É muito dinheiro, mas faz o milagre de colocar uma berlina do arcaboiço do Panamera a curvar com a precisão, a estabilidade e quase com a agilidade de um desportivo do calibre do 911!
CONCLUSÃO. É verdade que o 4S Diesel de 422 cv custa mais 20 mil euros que o 4S a gasolina, de 441 cv. Mas consegue consumos incomparavelmente mais baixos, para prestações praticamente iguais. Certo que quem compra carros destes pode não estar preocupado com o preço do combustível, mas ficará incomodado por ser obrigado a parar muito mais vezes para abastecer, o que não acontece no 4S Diesel, sendo essa a grande vantagem deste carro que parece não ter defeitos… A não ser, claro, o seu preço! Mas, aí, ambas aquelas versões ficam em xeque quando a Porsche propõe o Panamera 4 E-Hybrid de 462 cv por 117 mil euros, menos 20 mil que o 4S e menos 40 mil que o 4S Diesel…
Ficha Técnica
Motor |
V8 4.0 Diesel |
Cilindrada (cc) |
3 956 |
Potência máxima (cv/rpm) |
422/3 500 – 5 000 |
Binário máximo (Nm/rpm) |
850 Nm/1 000-3 250 |
Velocidade máxima (km/h) |
285 |
0 a 100 km/h (s) |
4,5 (4,3 em Sport Plus) |
Consumo médio (l/100 km) |
6,8 |
Emissões CO2 (g/km) |
178 |
Preço desde (€) |
157.376 |
Preço modelo ensaiado (€) |
190.247 |
+ AUTONOMIA. Pode parecer estranho destacarmos este ponto num Porsche, mas este 4S Diesel faz, em termos de dinamismo, conforto e requinte, o mesmo que o 4S de 441 cv. Consegue é fazê-lo durante muito mais tempo sem ter de ir à bomba!
- TÃO LONGE... Num mundo perfeito, todos deveríamos poder gozar a sublime experiência de guiar ou viajar num carro destes! Mas, por aquele preço, torna-se apenas um sonho longínquo para a maioria…